Para a pequenita, de 3 anos e uns
meses, quando ia a casa dos avós, era uma delícia brincar com aquelas figurinhas
de que havia ouvido falar na sua Escolinha, o infantário da Senhora da Atalaia.
Aquelas imagens enchiam-lhe o
coração e cabiam-lhe muito bem na palma das mãos.
As ovelhas e os pastores, o burro e a vaca, S.
José, Nossa senhora e o Menino Jesus, não se cansavam de mudar de posição no
seu presépio, alterando os seus papéis – S. José fazia de burro, Nossa Senhora
de pastora e os cordeirinhos (alternadamente) faziam de Menino Jesus.
Chegara o momento de arrumar
aquelas figuras para o próximo Natal. (Em tempos de crise, como a atual, mesmo
nas figuras bíblicas é preciso poupar).
Faltava a bengala de S. José.
Havia sido retirada das suas
santas mãos.
Presumindo a autoria de tal
atentado, mas admitindo alguma dúvida, a avó da Alice confrontou-a solenemente
com o drama de tal situação e questionou-a se ela sabia onde estava a bengala
do S. José. Sem hesitação disse não saber. E a avó insistiu compungentemente: Foste
tu quem tirou a bengala do S. José?! - Não. - Mas sabes onde ela está?! - Não
sei, disse a pequenita.
Desesperada, a avó usou o
comovente e derradeiro argumento de que dispunha: Então, e agora aonde é que o S. José se
agarra?! - Agarre-se à saia de Maria, respondeu a neta.
Dias mais tarde, veio a saber-se
que, milagrosamente, a bengala apareceu lá para os lados da Aldeia Galega, em
Alcochete, na casa da Alice.
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