Em Dezembro de 2010, dirigi-me ao balcão do Centro de Saúde de Leiria Dr. Gorjão Henriques, para marcação de uma consulta à minha esposa.
Ao ser atendido e, depois de confirmada a consulta, indaguei a possibilidade de, no mesmo dia da sua consulta, em horário próximo do dela, ser marcada também consulta para mim, já que após a(s) mesma(s), ambos teríamos de nos deslocar para longe de Leiria, a fim de, em substituição dos pais, ocupados na sua atividade profissional, podermos dar assistência à nossa neta, de ano e meio.
Entretanto, do lado de dentro do balcão, surgiu uma senhora, de bata branca, supostamente enfermeira que, tendo ouvido o meu pedido, disse, alto e bom som: "quem os pariu que trate deles".
Seria, culturalmente, chocante para os ouvidos mais sensíveis, ouvir a expressão verbal parir referido assim, a pessoas.
Por mim, ainda criança, vi muitas vezes, com os meus próprios olhos, cabras a parirem, porcas a parirem, vacas a partirem, etc.. E, embora pouco habitual na altura, fui excecionalmente, autorizado a assistir ao nascimento das minhas próprias filhas.
Penso, pois, que quem proferiu tal expressão, naturalmente, nem ficaria incomodada se, em sinal de indignação pelo seu vómito, eu a tivesse mandado (se tais poderes estivessem ao meu alcance e eu fosse mal educado) para a mãe que a pariu.
Estava-se num espaço público, um Centro de Saúde.
A taxa de natalidade, por que será tão baixa em Portugal?!