Chegamos à hora do almoço e a cancela do parque dos dinossauros estava encerrada. A bilheteira só mais tarde abriria, soubemos.
Tendo nós já almoçado, com camionistas e outros operários das pedreiras, ali à volta, num restaurante à beira da estrada, para acelerarmos a digestão e que a viagem até ali se não tornasse em vão, decidimos caminhar serra acima até às eólicas, sem cancelas nem bilheteira, imbuídos ainda na esperança de encontrarmos rastos de dinossauros, no pressuposto de que também por ali tenham passado.
Atravessámos a aldeia, uma salada urbana de casas novas, bem cuidadas, construídas com o financiamento dos dinheiros da PAC e outras, poucas, velhas, semi-abandonadas, mas ainda decoradas com as eiras onde se malharam os cereais, sustento dos autótones da época.
Logo começamos a ver em paredes à beira da rua e nos postes de eletricidade e de telefone uma sinalética constituída por traços vermelhos e amarelos, um por outro em ângulo de noventa graus, ora paralelos ora em cruz, que mais parecia um xis de incógnita, e que nos ia conduzindo até ao cimo da serra.
Surpresa das surpresas, deparámo-nos com um dinossauro do jurássico, em corpo inteiro, sem alma, como a foto bem documenta.
De rastos, com o calor, com o peso do estômago mais que da idade, naquela subida íngreme e sinuosa, encontrámos apenas o rasto de coelhos, umas caganitas, aqui e ali, mas que, pelos indícios, certos e seguros, terão menos de 200 milhões de anos.
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