As suspeições têm fundamento, mas não há provas.
Há fundamento e provas das acusações ao Primeiro Ministro Sócrates.
Suspeições sem fundamento atestam a deformação e a perversidade sórdida de quem as lança. Se elas forem obtidas através de processos criminosos como, diz-se, o são o das escutas telefónicas, os autores teriam que ser sancionados.
Como é possível calar?!
A Oposição, inquisidora, (Santa Inquisição!) também democraticamente eleita, porque não lançou ela, já, na Assembleia da República, uma Moção de Desconfiança a este Governo encabeçado por Sócrates?
Os Tribunais, o Poder Judicial, porque não assumem o seu papel - julgar e sancionar?
O Presidente da República, figura máxima da pirâmide democrática, porque não utiliza o seu Poder de dissolução da Assembleia de modo a criarem-se alternativas para sair desta crise?
Pois…
É que, sendo esta crise muito má para o país, para Portugal:
Ela, a crise, poderá ser uma boa oportunidade para alguns políticos atingirem os seus objectivos, os pessoais e até, eventualmente, os partidários. Que lhes importam os objectivos e interesses de Portugal e dos portugueses?!
A esta crise, maquiavelicamente orquestrada e com muitas fífias, má para Portugal, assiste o Poder Judicial que, de mãos ensanguentadas, nem sequer o papel de Pilatos chega a desempenhar, lavando-as. Onde as iria limpar?!
Então e o Presidente, o da República?!
Será necessário ponderar qualquer medida a tomar, não vá essa medida prejudicar a sua reeleição presidencial? Ou necessitará ele, também, pedir parecer e autorização ao Jardim, o da Madeira, sobre a data oportuna em que deva exercer os seus Poderes presidenciais?!
Portugal?! – Que se lixe.
Cumplicidades. São todos cúmplices e/ou obreiros de situações cujos frutos, pensam, lhes hão-de ir cair nas mãos. Mas podem cair de podres.
“Amicus Plato, sed magis amica veritas”.
Terá ele, o Sócrates, que beber mesmo a cicuta?
(arrais)
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